Vou tentar seguir uma certa lógica neste blog, já que ser mãe, apesar de muitas vezes não parecer, possui uma lógica e uma cronologia bem específicas. Então, seguindo esta lógica, o primeiro grande passo da maternidade é a gravidez. Mas especificamente a descoberta da gravidez. E sobre isso eu me lembro de algo bem interessante que eu ouvi e acho que tem tudo a ver com esse momento.
Meu marido é budista, e de acordo com o budismo é o karma que impulsiona o renascimento de cada um. E consequentemente o contexto onde essa criança vai nascer, no caso, a família. Quando ele me falou isso veio na minha mente uma imagem da minha infância, de um filme, novela, não sei bem, onde os anjinhos no céu olhavam para a terra e escolhiam a família que queriam nascer. E daí eles desciam sobre forma de um ponto de luz encontrar seu destino.
Ainda para o budismo, parece haver uma conexão da menina (ainda antes de nascer) com o pai, e do menino com a mãe. Seria um prenuncio do complexo de Édipo? E muitas vezes estes futuros seres anunciam sua chegada, para o genitor do sexo oposto. Comigo aconteceu algo do gênero (mas isso é uma outra história).
Bom, toda essa história para dizer que o momento da descoberta pode ser entendido como a consolidação da anunciação (e aí mais uma vez lembro-me de uma metáfora transcendental, com a história de Maria e do anjo). A anunciação de uma relação que durará para sempre, a partir daquele momento. Parafraseando minha bisavó, quando minha mãe descobriu que estava grávida de mim: “Minha filha, ontem foi a última noite de sono tranqüilo da sua vida”.
Boa noite!
A rosa pequenina.
Há 5 anos